Calendário 2026 da Cepe celebra o centenário de nascimento de Moacir Santos

 Calendário Cep 2026 - Foto: Leopoldo Conrado Nunes

O compositor, arranjador, maestro e multi-instrumentista Moacir Santos (1926 -2006), que tem o centenário de nascimento comemorado no próximo ano, inspira o calendário 2026 da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). Pernambucano da cidade de Flores, Sertão do Pajeú, Moacir Santos teve uma trajetória de vida singular. De menino negro, órfão, pobre e negligenciado, construiu uma carreira estelar respeitada no Brasil e internacionalmente. Mestre do jazz e do afrojazz, foi professor e referência para gerações de músicos, como Wynton Marsalis (que o definiu como o “Duke Ellington brasileiro”), Baden Powell, Paulo Moura, Sérgio Mendes, Vinícius de Moraes (que pediu sua benção em Samba da Bênção), entre tantos outros.

O calendário A Música & A Imagem presta homenagem a Moacir Santos, musicista inventivo e sofisticado que criava pontes entre o erudito e o popular, ao mesmo tempo em que celebra a música e quem a faz. A publicação conta com imagens dos fotógrafos Leopoldo Conrado Nunes (também curador do projeto), Daniela Nader, Hélia Scheppa, Heudes Regis, Ricardo Labastier e Roberta Guimarães. “Tive o privilégio de conhecer Moacir Santos na gravação do álbum Ouro Negro (2001) e o considero um dos pilares da música brasileira, assim como Tom Jobim e Pixinguinha. Precisamos falar mais sobre Moacir”, destaca Leopoldo Conrado.

Cada fotógrafo assina as imagens de dois meses. Um novo recurso proposto pelo calendário é trazer, em cada página, um QR Code aplicado que remete a uma música composta por Moacir Santos. Escolhidas pelos profissionais convidados, as composições inspiraram suas produções e chega com o objetivo de apresentar a obra de Moacir Santos para quem não a conhece.

Nos meses de janeiro e abril, Hélia Scheppa nos apresenta as mãos de um maestro e um músico com seu instrumento. “A imagem das mãos do maestro com a batuta evoca o instante sagrado em que o silêncio se transforma em som. Inspirada na composição Nanã, a fotografia dialoga com a ancestralidade e o tempo profundo. Meu outro trabalho no catálogo dialoga com

April Child pela atmosfera de delicadeza e introspecção que a música carrega. O músico, em gesto contido junto ao contrabaixo, reflete a suavidade melódica e o caráter quase contemplativo da composição”, afirma.

A fotógrafa Daniela Nader, destaca nos meses de maio e novembro conexões marcantes da obra do pernambucano. “As imagens capturam a essência mista de Moacir Santos: o saxofone como sua marca registrada e o pífano como um elo com o universo popular. Uma síntese visual de sua genialidade musical”, declara.

Assinando as imagens de julho e dezembro, Heudes Regis recorreu à estética da fotografia em preto e branco para explorar a dualidade entre a precisão do arranjo e a liberdade do improviso presentes na obra de Moacir Santos. “As fotos buscam o equilíbrio presente em Vaidoso e a pulsação vibrante da Coisa nº 10 (músicas que integram o álbum Coisas, lançado em 1965). Foi a forma que encontrei de celebrar o legado do maestro Moacir Santos, no ambiente onde sua música respira: o movimento dos corpos e a elegância do encontro”, assegura

Migração- A música sempre acompanhou Moacir Santos. Muito pequeno, retirava sons de instrumentos que inventava. Aos 14 anos, sem perspectiva e cansado dos maus tratos sofridos pela família adotiva, foge de casa e percorre o Nordeste tocando em bandas. Chega ao Rio de Janeiro em 1948 onde trabalha na Rádio Nacional (o único maestro negro), em gravadoras, estuda composição com Guerra-Peixe, e participa de vários discos de Bossa Nova. Em 1967, migra para os Estados Unidos onde ganhou projeção compondo para trilhas sonoras de cinema e televisão, gravando discos e integrando a equipe de grandes maestros, como Henry Mancini e Lalo Schiffrin. Morreu em 2006, aos  80 anos, em Pasadena ( Califórnia), onde vivia com a mulher, o filho e netos. 

Ainda em 2026, a Cepe  prepara a reedição do livro Moacir Santos, ou os caminhos de um músico brasileiro,  da flautista e pesquisadora Andrea Ernest Dias, lançado em 2016 em coedição com a Folha Seca, esgotado há mais de três anos. 

Serviço:

Calendário de parede : R$ 60,00
Calendário de mesa: R$ 30,0

Em compras acima de R$ 250,00 - Calendário de parede grátis

Em compras acima de R$ 100,00 - Calendário de mesa grátis

Onde encontrar: Livrarias da Cepe Editora (Mercado Eufrásio Barbosa, Museu do Estado de Pernambuco, Centro de Artesanato de Pernambuco e sede da empresa, em Santo Amaro).

Capa - Calendário Cepe 2026 


Assessoria de Comunicação

Roziane Fernandes


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