Sudene fortalece cooperação internacional em ciência e tecnologia com a União Europeia

Superintendente Francisco Alexandre reforçou o apoio da autarquia para
 mapear novas parcerias e estender o modelo de cooperação para
outros estados do Nordeste. Foto: Elvis Aleluia (Ascom/Sudene)

Seminário realizado nesta sexta (22) marca o encerramento de agenda bilateral em Pernambuco e abre caminho para novas parcerias regionais em mobilidade acadêmica, inovação e transformação digital

 A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) reafirmou, nesta sexta-feira (22), o papel estratégico da Região no cenário global de ciência, tecnologia e inovação. A autarquia sediou o Seminário de Cooperação em Ciência e Tecnologia União Europeia–Pernambuco, realizado em parceria com o Escritório Regional para a Região Nordeste do Ministério das Relações Exteriores (ERENE) e a Delegação da União Europeia no Brasil. O encontro encerrou uma agenda de dois dias de atividades em polos de inovação de Pernambuco, que incluiu visitas ao Porto Digital, ao Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene/MCTI), à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a empresas que atuam no setor.

 

O evento contou com painéis que discutiram três grandes áreas: mobilidade acadêmica, pesquisa e inovação, e transformação digital. Representantes de universidades, centros de pesquisa e atores do setor produtivo participaram de debates voltados a identificar sinergias entre instituições do Nordeste e países da União Europeia. “Para a Sudene, essa iniciativa é muito importante. Nosso compromisso é dar o apoio necessário para que, a partir daqui, possamos ampliar as possibilidades de financiamento, mapear novas parcerias e estender esse modelo de cooperação para outros estados do Nordeste. Uma Região com o potencial que temos não apenas busca, mas também encontrará os caminhos para se afirmar como protagonista em ciência, tecnologia e inovação”, afirmou o superintendente da Sudene, Francisco Alexandre.

 

A embaixadora da delegação da União Europeia no Brasil, Marian Schuegraf, também compartilhou a importância de ampliar parcerias. “Ciência e inovação não têm fronteiras. O Brasil é prova disso. Apoiamos firmemente iniciativas que ampliam essa colaboração, especialmente em estados com reconhecida tradição no setor”, comentou.

Debates

O seminário foi estruturado em quatro painéis temáticos, reunindo instituições brasileiras e representantes da União Europeia em torno de agendas estratégicas para a ciência, tecnologia e inovação no Nordeste. O primeiro painel, “Fortalecendo os laços em pesquisa e inovação”, contou com a participação da Sudene, da União Europeia, da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As exposições abordaram políticas de fomento à pesquisa, mecanismos de apoio à formação continuada e estímulos à inovação. Um dos pontos centrais foi a necessidade de expandir projetos voltados às chamadas tecnologias habilitadoras, capazes de posicionar o Nordeste em áreas de interesse crescente como inteligência artificial e novas plataformas educacionais.

Na sequência, o painel sobre mobilidade acadêmica reuniu representantes da UFPE, UFRPE, UPE, além de autoridades da Alemanha e da Hungria. O debate destacou o fortalecimento de programas de intercâmbio de pesquisadores e professores, a criação de novos mecanismos de financiamento internacional e a identificação de sinergias entre universidades europeias e instituições pernambucanas. Também foram discutidas possibilidades de ampliar a cooperação em projetos de mobilidade que conectem a produção científica local a redes globais.

 

O terceiro painel teve como foco a conversão da pesquisa em inovação, com participação de embaixadores da Itália, Malta, Suécia e Alemanha, ao lado do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) e do Governo de Pernambuco. O grupo avaliou experiências e caminhos de colaboração internacional voltados a transformar conhecimento científico em soluções práticas para setores estratégicos da economia.

 

Encerrando a programação, o painel sobre transformação digital foi coordenado pela Sudene, em articulação com a Prefeitura do Recife e representantes das embaixadas dos Países Baixos e da Eslováquia. As discussões abordaram iniciativas de digitalização no setor público e privado, explorando possibilidades de cooperação internacional capazes de acelerar a modernização dos serviços e impulsionar a economia digital no Nordeste.

Participantes do evento. Foto: Elvis Aleluia (Ascom/Sudene)

 

Continuidade

O seminário realizado na Sudene marca o ponto de partida de uma agenda mais ampla, que pretende replicar a experiência iniciada em Pernambuco em outros estados do Nordeste. O Policy Officer para Ciência, Tecnologia e Inovação da Delegação da União Europeia no Brasil, Dhallys Mota, destacou a importância de ampliar esse movimento de integração. “Precisamos reforçar o papel da cooperação internacional no Nordeste para equilibrar as regras deste jogo. O que vimos nos últimos dois dias — no Porto Digital, nas empresas que abriram suas portas, no CESAR e na UFPE — são trajetórias inspiradoras e impactantes. Há um potencial imenso e espaço para ações práticas”, afirmou.

 

De acordo com José Farias, coordenador de Estudos e Pesquisas da Sudene, o próximo passo será a realização de novos encontros bilaterais entre a União Europeia e as instituições que participaram da agenda em Pernambuco, com o objetivo de construir um novos trabalhos conjuntos. “A ideia é avançar pelo Nordeste, identificando de que maneira essa experiência pode ser aplicada em outros estados”, acrescentou.

Ascom Sudene