Ortopedia Pediátrica: Entendendo as Patologias do Crescimento

Dra. Zaira Pinto - Divulgação

A fase de crescimento em crianças e adolescentes é marcada por intensas transformações no corpo, e a queixa de dor nas pernas, pés e coluna é mais comum do que muitos imaginam. Estima-se que até 36% das crianças apresentem dores musculoesqueléticas em algum momento da infância, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. Embora frequentemente rotuladas como ‘dores do crescimento’, essas queixas não devem ser encaradas como algo sempre normal: em muitos casos, é necessária investigação médica para descartar condições mais sérias.

De acordo com a ortopedista pediátrica do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Recife (IOT), Dra. Zaira Pinto, nem toda dor deve ser considerada normal, e que a avaliação de um especialista é essencial para diferenciar um incômodo passageiro de um problema de saúde que exige atenção. “Existe uma linha tênue entre a dor benigna e a dor que indica uma patologia. O grande desafio é conscientizar os pais de que nem toda dor é normal, e a avaliação de um especialista é fundamental para um diagnóstico preciso”, reforça a médica.

As chamadas dores do crescimento, quando realmente presentes, são benignas e típicas da faixa etária entre 3 e 12 anos. Elas se manifestam de forma bilateral, afetando as duas pernas, especialmente na região muscular das coxas e panturrilhas. Costumam aparecer no fim do dia ou à noite, muitas vezes após atividades físicas, e tendem a melhorar com massagens, calor local ou até mesmo durante o sono. Além disso, não estão associadas a outros sintomas. No entanto, quando os episódios fogem desse padrão, os pais precisam ficar atentos. 

Entre os sinais de alerta que merecem consulta imediata com um ortopedista infantil estão: dor unilateral (em apenas uma perna ou braço), presença de inchaço ou vermelhidão na região dolorida, dores em articulações como joelhos, tornozelos ou quadris, febre associada, fraqueza muscular, dificuldade para caminhar ou dor persistente que atrapalha o sono e as atividades do dia a dia. “Quando a dor persiste ou vem acompanhada de outros sintomas, não podemos mais chamá-la de dor de crescimento. Nesse caso, ela pode estar associada a uma condição ortopédica específica e precisa ser investigada com cuidado”, explica a Dra. Zaira Pinto.

Alguns problemas podem ser confundidos com dores do crescimento, estre eles está a Síndrome de Osgood-Schlatter, comum em adolescentes que praticam esportes de impacto, caracterizada por inflamação no joelho; alterações posturais que podem evoluir para escoliose; e até condições relacionadas aos pés, como a fascite plantar ou o pé plano. Além disso, em alguns casos mais graves, dores recorrentes podem ser sinais iniciais de doenças reumatológicas ou infecções ósseas. O diagnóstico precoce é sempre o caminho para evitar complicações. “Se tratarmos a causa da dor, conseguimos garantir que a criança tenha um crescimento saudável e sem limitações. O tratamento é individualizado e pode envolver fisioterapia, correções posturais, uso de palmilhas ortopédicas ou, em situações específicas, medicação”, complementa a especialista.

A médica destaca ainda a importância da prevenção. Acompanhamentos regulares com o ortopedista infantil, especialmente em fases de rápido crescimento ou em crianças que praticam esportes, ajudam a identificar precocemente alterações que podem impactar a mobilidade futura. Além disso, estimular bons hábitos posturais, limitar o tempo em telas, incentivar a prática segura de atividades físicas e garantir uma alimentação equilibrada, rica em cálcio e vitamina D, são medidas que fortalecem ossos e músculos durante a infância e a adolescência.

A Dra. Zaira Pinto ressalta que os pais não devem ignorar as queixas das crianças, pois a dor é sempre um sinal de que algo merece atenção. Ao compreender os limites entre o que é esperado e o que precisa de investigação, é possível oferecer qualidade de vida, crescimento saudável e prevenção de complicações futuras. A especialista está disponível para entrevistas e pode aprofundar o tema, trazendo orientações valiosas sobre as principais patologias do crescimento e estratégias preventivas para que crianças e adolescentes atravessem essa fase com saúde e segurança.

SERVIÇO:

Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Recife (IOT) 

Endereço: Av. Agamenon Magalhães, 4760 – Paissandu – Recife – PE 

Instagram: @iot.recife

Assessoria de Imprensa

Patrícia França