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A degradação atinge mais de 90% do território em alguns municípios, comprometendo meios de vida e ameaçando a segurança hídrica da região. Foto: Depositphotos. |
Levantamento mapeia degradação em áreas produtivas do Piauí e da Bahia e lista os 100 municípios nordestinos com maior percentual de solo severamente desertificado
Um dos maiores celeiros agrícolas do País já começa a registrar sinais de colapso ambiental. Um estudo inédito da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em parceria com o Observatório da Caatinga, da Universidade Federal de Campina Grande, revelou que áreas do Matopiba — sigla formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — passaram a integrar o mapa nacional da desertificação, fenômeno ambiental antes restrito a regiões mais secas do território nordestino. Confira o boletim temático no link www.gov.br/sudene/pt-br/ assuntos/boletins-tematicos/ arquivos/boletim- desertificacao.pdf.
O boletim temático sobre desertificação, lançado hoje (17) - dia dedicado às reflexões sobre o avanço desta problemática - indica que o oeste da Bahia e o sul do Piauí, com destaque para o município de Gilbués, apresentam níveis avançados de degradação do solo e perda de cobertura vegetal, caracterizando o estágio 3 do processo de desertificação. A constatação surpreende por atingir territórios que, até recentemente, eram associados ao crescimento econômico e ao avanço da fronteira agrícola nacional.
“O avanço da desertificação sobre o MATOPIBA acende um alerta importante. Estamos falando de uma região estratégica para a produção agrícola do País, que agora passa a conviver com processos típicos de degradação severa do solo. Esse dado reforça a urgência de integrar conservação ambiental e uso produtivo da terra, especialmente em territórios onde o crescimento econômico vem acompanhado de pressão crescente sobre os recursos naturais”, analisa Ludmilla Calado, geógrafa da Sudene e mestre em Engenharia Cartográfica.
A pesquisa também identificou dezenas de municípios nordestinos com mais de 90% de seu território comprometido por desertificação severa — com destaque para localidades na Paraíba e na Bahia. Montadas e Areial (PB) e Gavião e Nova Fátima (BA) lideram a lista com mais de 94% de solo degradado.
Além dos dados territoriais, o estudo chama atenção para os impactos sociais da desertificação. Segundo a Sudene, o avanço do fenômeno afeta com mais intensidade populações em situação de vulnerabilidade, como comunidades indígenas, quilombolas, pequenos agricultores e assentados da reforma agrária. Essas comunidades dependem diretamente dos recursos naturais para a subsistência e têm enfrentado o agravamento da escassez de água, da perda da produtividade agrícola e da insegurança alimentar.
"A Sudene atua como articuladora das estratégias de enfrentamento à desertificação, unindo governos, academia e sociedade civil. Estamos apoiando a revisão dos Planos Estaduais de Combate à Desertificação e fortalecendo políticas públicas baseadas em dados, como este estudo inédito que apresentamos agora”, destaca o superintendente da Autarquia, Danilo Cabral.
Questão nacional
Com cerca de 18% do território nacional sujeito à desertificação e 39 milhões de brasileiros vivendo nessas áreas, a Sudene alerta que o fenômeno deixou de ser um problema do semiárido nordestino e passou a representar uma ameaça estratégica para o desenvolvimento do País. Entre 2000 e 2020, as Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD) e seu entorno se expandiram em 170 mil km², crescimento que elevou o total de território afetado por desertificação severa de 74 mil km² para 107 mil km² em todo o País.
Ascom Sudene
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